Papai sempre foi muito namorador.
Lembro-me quando eu era menino, ele me chamou para conversarmos. Sentamo-nos sob a sombra de frondosa mangueira que, na época, jogava suas minúsculas flores cheinhas de mel em nossa cabeça, sem que elas nos incomodassem. Despontavam entre elas, as primeiras manguinhas verdes e as abelhas elegantes que dançavam de cacho em cacho:
– Papai sempre namorou muito e sempre soube namorar. O vovô nunca se preocupou comigo. Eu sempre soube respeitar meus limites, mesmo sem orientação paternal. Sempre namorei muito, de fato, mas sempre soube respeitar e ser responsável.
Na época do meu pai, os namoros eram arranjados pelos mais velhos; morávamos na zona rural e seguia-se muito o estilo antigo. Tais relacionamentos nem sempre davam errado. Duravam muito. Não eram iniciados à base de atração ou de uma rápida emoção que se torna difícil de sustentar em contrapartida com a realidade que surge posteriormente, nem sempre equiparada à situação anterior.
Hoje, os jovens selecionam seus próprios companheiros. Seria o método mais usual de se encontrar alguém para uma união, sendo que nem sempre leva ao casamento.
O namoro permite que se conheça mais sobre tal pessoa especial a quem se está considerando um possível compartilhamento de vidas. Deve ser sério e ao mesmo tempo agradável. Deve ser feito sim, com troca de carinhos, de olhares, risadas, companheirismo, passeios, muito diálogo e “mordidas que não doem”.
As moças hoje em dia procuram rapazes fortes, sarados e os rapazes procuram moças com o corpo perfeito, de linda aparência. Nada de errado vejo nessa busca, quando ela não se prende a esses atributos somente, que devem sim, em tais casos, serem soma dos às qualidades interiores, à reciprocidade de fundamentos, ao caráter, à boa índole. O temor a Deus dá a segurança e a sustentação para um relacionamento permanente.
Atração física somente não segura relacionamento. Há a preocupação de se mantê-la, enquanto valores imprescindíveis à manutenção do convívio se dispersam prol da causa da aparência física. Surge então, o desmoronamento de tudo.
É... Os tempos são os mesmos. A vida é a mesma. A cultura se diversifica.
Se fosse comigo, eu poderia não ter tido opções na época de meu velho pai namorador. E hoje, o que levo em conta e que para mim sempre prevalecerá, são os princípios bíblicos, únicos que garante – uma vez seguidos – a eterna felicidade no amor.
sábado, 24 de maio de 2008
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